“Em resposta disse-lhes: Dai-lhes vós mesmos de comer. […]”

Diante da multidão fatigada e faminta, Jesus recomenda aos apóstolos: “Dai-lhes vós de comer.”

           A observação do Mestre é importante, quando realmente poderia Ele induzi-los a recriminar a multidão pela imprudência de uma jornada exaustiva até o monte, sem a garantia do farnel.

            O Mestre desejou, porém, gravar no espírito dos aprendizes a consagração deles ao serviço popular. Ensinou que aos cooperadores do Evangelho, perante a turba necessitada, compete tão somente um dever – o da prestação do auxílio desinteressado e fraternal.

            Naquela hora do ensinamento inesquecível, a fome era naturalmente do corpo, vencido de cansaço, mas, ainda e sempre, vemos a multidão carente de amparo, dominada pela fome de luz e de harmonia, vergastada pelos invisíveis azorragues da discórdia e da incompreensão.

            Os colaboradores de Jesus são chamados, não a obscurecê-la com pessimismo, não a perturbá-la com indisciplina ou a imobilizá-la com o desânimo, mas sim a nutri-la de esclarecimento e paz, fortaleza moral e sublime esperança.

            Se te encontras diante do povo, com o anseio de ajudá-lo, se te propões contribuir na regeneração do campo social, não te percas em pregações de rebelião e desespero. Conserva a serenidade e alimenta o próximo com o teu bom exemplo e com a tua boa palavra.

            Não olvides a recomendação do Senhor: “ Dai-lhes vós de comer”.

Fonte: O Evangelho por Emmanuel – Comentários ao Evangelho Segundo Marcos, p.78, FEB Editora

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